A Fórmula E já está trabalhando intensamente no desenvolvimento dos carros da geração Gen4, que estreiam no final de 2026. Segundo Vincent Gaillardot, diretor-técnico da FIA, um dos principais objetivos é aproximar o desempenho dos novos monopostos ao da Fórmula 2. A expectativa é que os tempos de volta sejam similares, representando uma evolução significativa na categoria elétrica.
Diferentemente do que ocorreu com o projeto do Gen3, que sofreu atrasos, a FIA está adiantada no desenvolvimento do Gen4, permitindo ajustes mais refinados antes da introdução oficial dos novos carros. “Agora, temos a chance de estar seis ou oito meses à frente em relação ao projeto Gen3, o que nos dá tempo para reagir e obter mais feedbacks das montadoras”, explicou Gaillardot ao portal The Race. “Com os números que temos, podemos estar próximos da Fórmula 2. Talvez um pouco à frente, talvez um pouco atrás. Vamos ver”.
O circuito de Mônaco tem sido usado como referência para as simulações de performance, já que recebe provas de diversas categorias, como Fórmula 1, Fórmula 2, Fórmula 3 e a própria Fórmula E. A comparação direta com essas categorias auxilia no desenvolvimento dos novos carros elétricos.
Atualmente, o Gen3 Evo possui a aceleração mais rápida do automobilismo, indo de 0 a 100 km/h em 1s82. No entanto, o desempenho ainda é prejudicado pela baixa força aerodinâmica, que aumenta a derrapagem nas curvas e limita sua eficiência em comparação com um F2. Para a nova geração, a FIA pretende aprimorar significativamente esse aspecto, introduzindo dois níveis distintos de downforce, algo inédito na Fórmula E.
“Vamos definir dois níveis diferentes de força aerodinâmica pela primeira vez. Como estamos focados na eficiência energética, precisamos de um carro com baixo arrasto. Mas poderemos usar uma configuração de alta pressão aerodinâmica em classificações, por exemplo”, comentou Gaillardot. “Além disso, junto aos organizadores das corridas, veremos se podemos ir além e testar outras especificações que evidenciem a velocidade máxima dos carros”.
O desenvolvimento do Gen4 tem como principal objetivo provar ao mundo a capacidade dos monopostos elétricos. Para isso, a FIA tem trabalhado em aprimoramentos no sistema de freios, controle de tração e diferencial, visando entregar o carro mais rápido já produzido na categoria.
“O foco principal do Gen4, desde o primeiro dia, tem sido o desempenho. Para construir um carro rápido, é preciso priorizar a performance, como acontece em qualquer outra categoria. Queremos mostrar que um carro elétrico pode ser extremamente veloz”, destacou Gaillardot. “Fizemos mudanças no sistema de frenagem, no controle de tração e no diferencial, pois tudo isso adiciona desempenho. A filosofia do projeto mudou completamente, mas a meta é provar a velocidade dos carros elétricos”.
Após a abertura da temporada 2024/25, a Fórmula E agora enfrenta um hiato de dois meses antes da próxima etapa. Pilotos e equipes retornarão às pistas no eP de Miami, em Homestead, nos dias 11 e 12 de abril.