No dia 27 de agosto de 2000, o mundo da F1 assistiu a uma das ultrapassagens mais memoráveis da história. Foi no tradicional circuito de Spa-Francorchamps, durante o GP da Bélgica, que Mika Häkkinen superou Michael Schumacher em uma manobra ousada, dividindo a pista com o retardatário Ricardo Zonta. O lance ficou marcado como um dos momentos mais icônicos da categoria.
Häkkinen havia largado da pole e liderava a corrida em uma pista molhada, que forçou a largada atrás do safety car. Schumacher mostrou sua habilidade no início, saindo de quarto para assumir a vice-liderança após ultrapassar Jenson Button e Jarno Trulli. Com a pista secando e os pneus de chuva sendo substituídos, Häkkinen cometeu um erro: passou sobre uma linha branca escorregadia e rodou, entregando a liderança para o alemão.
O finlandês, no entanto, não desistiu. Volta após volta, reduziu a diferença para Schumacher até tentar a primeira ultrapassagem na reta Kemmel — tentativa frustrada por uma forte fechada do rival, que chegou a irritar Häkkinen, registrado pelas câmeras gesticulando dentro do cockpit.
Na volta seguinte veio o momento histórico: ao se aproximarem de Zonta, que estava com a BAR, Schumacher mergulhou por fora, enquanto Häkkinen escolheu a linha de dentro. Com decisão e coragem, o piloto da McLaren freou mais tarde e assumiu a liderança, arrancando aplausos de Spa e garantindo uma vitória lendária.
Até o próprio Zonta ficou impressionado:
“Esses caras são loucos!”, disse o brasileiro após a prova.
Häkkinen, bicampeão mundial, celebrou intensamente a conquista, considerada por muitos como a maior vitória de sua carreira:
“Depois da rodada, sabia que tinha ritmo para recuperar. Naquele momento com o retardatário, aproveitei o vácuo e arrisquei. Foi a ultrapassagem decisiva”, afirmou.
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