O norte-americano Tim Mayer, ex-comissário-chefe da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), anunciou oficialmente sua candidatura à presidência da entidade. Com um discurso direto, ele criticou a atual gestão de Mohammed Ben Sulayem e afirmou que deseja apresentar um novo modelo de liderança para o futuro do esporte a motor mundial.
Com 59 anos e mais de três décadas de atuação nos bastidores do automobilismo, Mayer traz no currículo passagens por organizações como a Champ Car, IMSA e American Le Mans Series. Na Fórmula 1, atuou como comissário por 15 anos, sendo referência nos bastidores da categoria.
Sua candidatura, no entanto, ainda depende da aprovação do Comitê de Nomeações da FIA, subordinado ao atual presidente.
“Minha decisão de concorrer vem da combinação de desejo e necessidade. Ao longo dos últimos seis meses, considerei o que seria necessário para liderar a FIA e o que descobri é que os membros do clube merecem mais”, declarou Mayer.
Segundo o candidato, promessas como transparência, boa governança e o compromisso de um presidente não-executivo foram abandonadas por Ben Sulayem desde sua eleição, três anos atrás. Mayer defende que a entidade precisa valorizar os campeonatos, os clubes e principalmente os pilotos, que têm enfrentado sucessivos atritos com a atual gestão.
“Os pilotos são o centro do nosso esporte. É preciso ser parceiro deles, cultivar o relacionamento, aí que veremos o esporte prosperar. Isso não diz respeito apenas aos pilotos, mas a todos os envolvidos. Todos eles merecem respeito”, reforçou Mayer.
Mayer também comentou sobre sua saída da FIA em 2024, após ter participado de uma audiência que multou os organizadores do GP dos EUA. Segundo ele, o presidente viu os documentos como um ataque pessoal, resultando em sua demissão por mensagem de texto.
Além disso, criticou a concentração de poder no cargo mais alto da entidade e alegou que várias mudanças nos estatutos foram feitas para enfraquecer o processo democrático interno.
Apesar do recente apoio público de 36 federações a Ben Sulayem, Mayer não se intimida:
“As regras estão feitas para beneficiar o incumbente, mas o meu trabalho e a minha responsabilidade é ir de porta a porta, até aqueles que votaram e explicar que existe uma maneira melhor. Eles não tinham outra opção há três anos e meio”, afirmou.
“Quando uma carta é enfiada debaixo do seu nariz e te dizem: ‘assine isto, senão’, tudo mundo assinaria. Mas os únicos votos que contam são os de dezembro. Aquele processo ainda será totalmente democrático”, completou.
A eleição presidencial da FIA acontece em dezembro, e Mayer garante que sua missão será convencer os eleitores de que mudanças reais são possíveis e necessárias para o futuro do automobilismo global.