Sabe aquelas corridas que você não espera nada demais e que te surpreendem positivamente? Pois é. O GP da Emília-Romanha de 2025, em Ímola, foi exatamente isso: imprevisível, cheio de nuances e com atuações que vão dar muito o que falar — tanto pelo brilhantismo quanto pelos tropeços.
Vamos começar com o óbvio: Max Verstappen foi simplesmente espetacular na largada. Eu já vi o holandês fazer de tudo, mas o que ele aprontou na segunda perna da Tamburello foi coisa de cinema. Ele viu uma brecha minúscula, colocou o carro por fora com autoridade e assumiu a liderança como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Uma daquelas jogadas de mestre que, sem exagero, quando escreverem a biografia definitiva dele, estará lá em alguma página. Frio, decisivo e impiedoso. Verstappen puro.
Agora, me pergunto: o que passou pela cabeça de Oscar Piastri? O australiano largou bem, estava ali na frente, mas deu a impressão de hesitar. Sério, parecia que ele freou mais cedo do que o normal — não se tentou bloquear George Russell, que vinha logo atrás. E ali, naquelas primeiras curvas, ele praticamente perdeu a corrida. Depois, pra piorar, veio o erro da McLaren. A equipe o colocou numa estratégia confusa, com uma parada no início da prova. Resultado: Piastri remou, remou e remou. A sorte é que tem carro e talento. Salvou um terceiro lugar e pontos importantes ara o campeonato.
Lando Norris, por outro lado, teve um daqueles domingos em que tudo parece conspirar a favor, mesmo quando começa mal. Perdeu terreno com o primeiro safety car virtual, sim, mas se manteve inteligente e agressivo. Aproveitou o segundo safety car, teve timing perfeito e fez a ultrapassagem decisiva sobre Piastri no fim. Terminou em segundo e, com isso, se firma como um dos três grandes favoritos ao título, ao lado do próprio Piastri e de Verstappen. Que belo campeonato está se desenhando!
Falando em recuperação, a Ferrari, pasmem, acertou a estratégia. Milagre em Maranello! A equipe italiana e também, Lewis Hamilton, merecem aplausos. O inglês fez uma corrida sólida, estratégica, e ainda teve cabeça fria pra ganhar posições importantes no fim. Terminou em quarto e mostrou que ainda tem lenha pra queimar.
Leclerc também fez uma bela prova de recuperação, largando de 11º e chegando em sexto. Teve ali um momento polêmico com Albon, quando jogou o piloto da Williams pra fora da pista, e a equipe o forçou a devolver a posição — decisão que ele claramente não engoliu. Mas no fim das contas, somou bons pontos.
Falando em Alexander Albon, que pilotagem firme, que entrega constante! Ele e Sainz levaram a Williams de volta à zona de pontuação, e não é exagero dizer que a equipe britânica acertou em cheio na escolha dos pilotos. Albon flertou com o pódio em certo momento da prova, e se não fosse o toque com Leclerc, talvez tivesse brigado com Hamilton mais à frente.
Por fim, Isack Hadjar. Esse garoto vem mostrando um talento fora do comum. Discreto, mas sempre eficaz, pontuando mais uma vez. E não me surpreenderia se ele for o próximo a ocupar a famigerada vaga de segundo piloto na Red Bull. Porque Tsunoda, apesar de ter terminado em décimo, segue vivendo sob a sombra da instabilidade. A tal “cadeira elétrica” do carro #2 não perdoa ninguém.
Resumindo: Ímola entregou uma boa prova em seu (talvez) último grande prêmio. Uma boa largada, falhas estratégicas que custaram caro, pilotos em ascensão e uma luta pelo título que vai se desenhando como uma das mais emocionantes dos últimos anos. Norris, Piastri e Verstappen estão separados por detalhes. E nós, como espectadores, só temos a ganhar.