A morte do Papa Francisco, anunciada nesta segunda-feira (21) pela Santa Sé, marcou o fim de um pontificado que uniu fé, simplicidade e diálogo. Mas, além da forte atuação espiritual, Jorge Mario Bergoglio, o primeiro Papa latino-americano da história, também teve curiosos e afetuosos vínculos com o universo do automobilismo.
Natural da Argentina, terra apaixonada por velocidade e berço de nomes como Juan Manuel Fangio e Carlos Reutemann, o Sumo Pontífice demonstrou, ao longo de seu papado iniciado em 2013, abertura ao esporte a motor, reconhecendo seu valor educativo, cultural e até espiritual.
A bênção ao carro da Fórmula E
Em abril de 2018, véspera do ePrix de Roma, Papa Francisco protagonizou um momento simbólico ao abençoar um carro da Fórmula E, ainda da primeira geração. O veículo foi levado até a Praça de São Pedro e apresentado ao pontífice pelo então CEO da categoria, Alejandro Agag.
O gesto foi carregado de significado, não apenas por envolver um campeonato sustentável e inovador, mas também por representar o apoio da Igreja a iniciativas ligadas à tecnologia limpa e ao futuro dos esportes.
No dia seguinte, a corrida na capital italiana foi vencida por Sam Bird, à época piloto da DS Virgin, hoje parte do time da McLaren na Fórmula E.
O encontro com Ayrton Senna — “em espírito” e escultura
Em 2019, Francisco foi homenageado com uma escultura em bronze de Ayrton Senna, produzida pela artista e sobrinha do tricampeão, Paula Senna Lalli. O presente, repleto de emoção e simbolismo, foi acompanhado de um capacete do piloto brasileiro, com as cores verde e amarela.
Senna, falecido em 1994, sempre foi lembrado por sua fé cristã, e muitos veem nesse gesto uma ponte entre dois ícones que tocavam multidões com mensagens diferentes, mas complementares.
Giovinazzi e a audiência com o Papa
No início de 2020, Antonio Giovinazzi, então piloto da Alfa Romeo na Fórmula 1, teve a honra de ser recebido em audiência privada por Francisco. O italiano, único representante de seu país naquele grid, entregou um capacete ao Papa como presente.
Durante a conversa, ambos refletiram sobre o papel transformador do esporte na juventude, especialmente em tempos de incerteza como os que se aproximavam com o início da pandemia.
Um legado que também corre sobre rodas
A relação de Papa Francisco com o automobilismo talvez não seja a primeira lembrança ao se pensar em seu pontificado. Mas os gestos que teve com os esportes a motor refletem o seu estilo: próximo, acessível e atento aos símbolos que movem as pessoas ao redor do mundo.
Do carinho por Ayrton Senna à valorização da Fórmula E, o líder da Igreja Católica mostrou que fé e velocidade podem, sim, cruzar caminhos — com respeito, diálogo e admiração mútua. Um legado que ultrapassa a pista, mas que será lembrado também por quem vive o automobilismo como uma paixão profunda.
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