Suzuka me lembrou por que a Fórmula 1 é mais do que carros rápidos — é um jogo mental onde cada detalhe conta. E nesta rodada japonesa de 2025, vi três histórias diferentes cruzarem o mesmo traçado: o domínio frio de Max Verstappen, o potencial desperdiçado da McLaren e a chegada promissora de Isack Hadjar.
Verstappen foi impecável. A verdade é que, mesmo quando o carro da Red Bull não está no seu melhor, ele encontra um jeito de vencer. A volta na classificação foi um golpe de mestre — sua quarta pole seguida em Suzuka. E, no domingo, ele conduziu a corrida como quem já conhecia o final da história. Lando Norris até tentou pressionar, mas sua chance acabou em uma escapada frustrada na última curva. Piastri parecia mais rápido, mas ficou preso atrás do companheiro. Resultado? Max venceu e ainda colou na liderança do campeonato com apenas 1 ponto de desvantagem.
Do outro lado, a McLaren foi um caso clássico de “quase lá”. Sim, fizeram 33 pontos e seguem líderes entre as equipes. Mas em uma pista onde o ritmo deles era superior, não conseguir transformar esse domínio em vitória foi doloroso. O Q3 mal-executado e a estratégia conservadora minaram qualquer chance real.
E aí temos Isack Hadjar. O garoto da Racing Bulls finalmente somou seus primeiros pontos na F1, deixando para trás o abandono na Austrália e o erro tático na China. Em Suzuka, ele foi sólido, inteligente e mostrou que merece seu lugar no grid.
No meio do pelotão, histórias interessantes também se desenrolaram. Leclerc salvou bons pontos para a Ferrari, mas o time ainda está abaixo das expectativas. Antonelli, por sua vez, continua impressionando: manteve ritmo forte em uma pista desafiadora e segue mostrando que o futuro da Mercedes está em boas mãos. Já Gabriel Bortoleto e Yuki Tsunoda ficaram fora dos pontos, mas em contextos bem distintos — o brasileiro sofreu com a largada e o tráfego, enquanto o japonês teve um desempenho apagado em sua estreia pela Red Bull.
Em Suzuka, histórias como a de Verstappen, Hadjar e da McLaren, mostram que o talento ainda pode ser um diferencial quando não se tem o melhor carro na Fórmula 1.