Confesso que gostei muito do Grande Prêmio da Espanha de 2025 de Fórmula 1. Entregou entretenimento e como diria o usual bordão: “É disso que povo gosta!”.
Tivemos um GP movimentado, com muita emoção, reviravoltas e personagens que começam a se consolidar como protagonistas — para o bem ou para o mal.
Piastri: frieza e constância de campeão
Oscar Piastri brilhou em Barcelona com uma atuação impecável. Sua largada foi cirúrgica: sem erros, sem hesitação. Foi ali que consolidou uma liderança que jamais esteve verdadeiramente ameaçada. A cada prova, o australiano demonstra não apenas talento, mas uma maturidade impressionante para quem ainda está no início de sua trajetória na Fórmula 1. É frio, constante e preciso — características que, somadas à força da McLaren, o colocam hoje como o homem a ser batido no campeonato.
Norris: talento sim, atitude nem tanto
Enquanto isso, seu companheiro Lando Norris continua pecando pela falta de agressividade. Em uma temporada tão competitiva, essa passividade pode custar caro. Em Barcelona, escapou ileso, beneficiado pela explosão emocional de Max Verstappen, mas quem quer ser campeão precisa mais do que sorte.
Verstappen: talento imenso, cabeça pequena
O holandês foi o retrato do descontrole. A Red Bull vinha fazendo uma corrida exemplar, apostando em uma estratégia ousada de três paradas — daquelas que lembram os tempos áureos de Schumacher com a Ferrari. No entanto, o erro na relargada, onde perdeu posição para Charles Leclerc, somado à frustração com a escolha de pneus duros no último stint, fez Verstappen desabar emocionalmente.
A ordem da equipe para devolver a posição a George Russell após cortar caminho na área de escape foi o estopim. Em vez de aceitar e minimizar o prejuízo, jogou o carro para cima do britânico. Resultado: punição de 10 segundos e uma corrida que poderia render bons pontos virou um décimo lugar amargo. Para quem não tem o melhor carro e precisa ser quase perfeito para sonhar com o título, atitudes como essa não ajudam — muito pelo contrário.
Ferrari: Leclerc salva o dia, Hamilton desabafa
Na Ferrari, o cenário é de frustração. Charles Leclerc salvou o fim de semana com um terceiro lugar sólido, mas o carro claramente não está onde a equipe e os pilotos gostariam. Já Lewis Hamilton vive dias difíceis. Ter sido ultrapassado por uma Sauber — sim, uma Sauber — foi um golpe duro. Nas entrevistas pós-corrida, o tom foi de decepção. Ele chamou a responsabilidade para si, mas quem conhece o britânico percebeu uma pontinha de ironia, uma cutucada discreta na equipe de Maranello.
É uma temporada de adaptação para Hamilton, e sua experiência tem sido fundamental para manter resultados consistentes, mas, para um heptacampeão, isso é pouco. Sempre se espera mais — ainda mais dele.
Sauber: despedida com honra
Falando em Sauber, que despedida digna! Nico Hulkenberg levou o carro ao quinto lugar, ultrapassando ninguém menos que Hamilton no caminho. Para uma equipe que dará lugar à Audi no próximo ano, é um final honroso. Peter Sauber, que revelou tantos talentos para o mundo, pode se orgulhar.
Gabriel Bortoleto também merece elogios. O brasileiro fez uma classificação excelente e uma corrida segura. Não marcou pontos, é verdade, mas para um estreante, o importante é ser constante, não bater e, vez ou outra, aparecer — e foi exatamente o que ele fez em Barcelona.
Hadjar: futuro brilhante, mas cuidado com o “segundo carro” da Red Bull
Isack Hadjar segue chamando atenção. Mais uma corrida sólida para o francês, que mostra ter um futuro brilhante pela frente. Já Yuki Tsunoda segue patinando com o carro da Red Bull, que, há tempos, virou uma armadilha para quem ocupa a segunda vaga. É um aviso para Hadjar: talento ele tem, mas talvez deva pensar duas vezes antes de aceitar certas oportunidades.
E o Brasil pode ganhar um piloto no Canadá?
Agora, a Fórmula 1 segue para o Canadá, onde a ausência de Lance Stroll parece certa devido a problemas no pulso. Felipe Drugovich, primeiro reserva da Aston Martin, seria o substituto natural, mas há um porém: Drugo já está escalado para correr em Le Mans, no mesmo fim de semana.
Dilema dos grandes. Le Mans é um ícone do automobilismo, mas Fórmula 1 é Fórmula 1. Se houver liberdade de escolha, é difícil não recomendar que Drugovich opte pela F1. Oportunidades assim são raras, e uma boa performance pode abrir portas que Le Mans, por mais grandioso que seja, dificilmente abriria com o mesmo impacto.
Conclusão: 2025 não decepciona até agora
O GP da Espanha foi um resumo do que tem sido 2025: uma temporada cheia de histórias, emoções e reviravoltas. Piastri consolidando-se como favorito, Verstappen mostrando que o maior adversário pode ser ele mesmo.
Que venha o Canadá!
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