O GP do Canadá de 2025 teve um domínio inesperado da Mercedes, mais um show de resiliência de Max Verstappen, drama interno na McLaren, um incidente inusitado com uma marmota e uma corrida estratégica e inteligente da Sauber. E no centro de tudo isso, George Russell – com autoridade – venceu pela primeira vez no ano e colocou fogo no campeonato.
A Mercedes, que até algumas corridas atrás parecia coadjuvante, deu um salto de performance em Montreal. Não só Russell liderou de ponta a ponta com serenidade e maturidade, como Andrea Kimi Antonelli, jovem promessa italiana, mostrou por que é apontado como o futuro da equipe: conquistou seu primeiro pódio na Fórmula 1 com uma atuação firme e madura. Não cedeu à pressão e ainda aproveitou os erros alheios.
Falando em erros… Lando Norris protagonizou o maior deles. Em uma manobra desnecessária e precipitada, tentou ultrapassar seu companheiro Oscar Piastri no fim da corrida, mas bateu no muro e abandonou. Pior: quase tirou o australiano da prova também. Piastri, por outro lado, segue consistente e sólido, somando pontos importantes até nos dias em que a McLaren não está no topo. A diferença entre os dois, mais do que técnica, parece ser de maturidade. E essa diferença pode custar um campeonato.
Na Red Bull, Verstappen segue fazendo milagres. O holandês levou o RB21 nas costas mais uma vez e terminou em segundo, mantendo-se firme na briga pelo título. Quando olhamos para a performance do outro carro da equipe, a disparidade é gritante. Max é a Red Bull. Ponto.
Outro ponto positivo do GP foi Nico Hulkenberg, que pela segunda vez consecutiva termina nos pontos, reafirmando que ainda tem muita lenha para queimar. E parte disso se deve também à estratégia da Sauber com Gabriel Bortoleto, que fez um stint longo e eficaz. O brasileiro terminou fora dos pontos, mas foi peça fundamental para segurar rivais e abrir caminho para o avanço de Hulkenberg. Uma corrida de equipe bem pensada, que pode render frutos futuros.
As Ferraris, mais uma vez, foram apáticas. Não assustaram ninguém, não incomodaram o pelotão da frente e só apareceram nas manchetes por um motivo bizarro: Hamilton atropelou uma marmota no meio da prova. O incidente afetou a aerodinâmica do carro e incomodou visivelmente o heptacampeão, que é notoriamente vegano e defensor dos animais. Uma cena tão inusitada quanto irônica, que também nos lembra que marmotas invadirem a pista no Canadá já virou quase tradição.
Ao fim do GP, a classificação do campeonato segue embolada. Piastri parece cada vez mais consolidado como um sério candidato ao título, Verstappen sobrevive com talento e raça, e agora Russell entra oficialmente na briga, com a Mercedes de volta ao jogo.
A próxima parada é na Áustria, casa da Red Bull.