No coração de Cidreira (RS), entre dunas e ruas de cidade pequena, ergue-se o Estádio Antônio Braz Sessim, popularmente chamado de Sessinzão. Inaugurado em 1996 ao custo de R$ 2 milhões, o espaço foi projetado para ser palco de grandes jogos e movimentar a economia local, mas recebeu apenas 19 partidas oficiais em quase três décadas. Desde 2007 está desativado e, em 2010, foi interditado por problemas estruturais. Hoje, tomado por lixo e ruínas, mais parece um lixão a céu aberto do que um estádio.
Com capacidade para 18 mil torcedores — mais que toda a população atual da cidade — o estádio nunca cumpriu sua função original. Sem clubes profissionais e sem recursos para manutenção, o local se deteriorou. Arquibancadas desmoronadas, vestiários depredados e até cavalos pastando no gramado simbolizam o descaso.
A prefeitura acumula dívida de R$ 10 milhões com obras, reformas e contas de energia não pagas. A demolição chegou a ser cogitada, mas os custos inviabilizaram a ideia. O prefeito Beto do Litoral (Avante) admite que o estádio é um “elefante branco”, mas acredita em uma virada de chave: “Com investimentos, a área pode se tornar referência no automobilismo. A demolição não está nos planos. Queremos transformar em algo que gere turismo e empregos.”
A solução encontrada foi ousada: um projeto de R$ 50 milhões para transformar o Sessinzão em autódromo oval, o primeiro da América Latina dedicado a esse tipo de prova. A proposta, em fase de aprovação na Câmara de Vereadores, prevê a cessão do terreno à Federação Gaúcha de Automobilismo (FGA) por 30 anos, em regime de comodato.
Segundo o presidente da FGA, Arlindo Signor, a ideia já desperta interesse de investidores e promotores:
“Será um projeto único na América Latina. Temos tratativas com o governo estadual, federal e patrocinadores privados. Isso é um sonho, mas é um sonho que a gente já está articulando com o pessoal da Nascar Brasil e existe um interesse, porque a Nascar americana tem interesse de vir para o Brasil”, revelou.
O projeto divide opiniões na comunidade, que ainda vê com ceticismo a transformação do estádio. No entanto, para seus idealizadores, basta a primeira fase da obra para conquistar apoio popular. O plano prevê a criação de um complexo de automobilismo, capaz de atrair competições nacionais e internacionais, movimentando o turismo no litoral gaúcho.
O Sessinzão, que nasceu maior que a própria cidade e se tornou um símbolo de abandono, pode enfim ganhar nova vida — não mais com bola e chuteiras, mas com motores rugindo e carros de corrida em alta velocidade.

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