A FIA divulgou nesta quinta-feira (26) um novo conjunto de diretrizes que regula como devem ser avaliadas as disputas de posição na F1. Pela primeira vez, o documento, anteriormente reservado apenas às equipes e comissários, foi publicado no site oficial da entidade e passa a valer já para as próximas etapas da temporada 2025. A decisão vem em resposta às críticas sobre a falta de uniformidade nas punições e julgamentos recentes na categoria.
O material estabelece com mais clareza os critérios que determinam quando um piloto tem direito ao espaço em uma tentativa de ultrapassagem, tanto por dentro quanto por fora das curvas. Para as manobras internas, o piloto atacante precisa estar com o eixo dianteiro ao menos alinhado ao espelho retrovisor do carro à frente no momento da aproximação e no ápice da curva. A manobra também deve ser feita com controle, sem mergulhos precipitados, e respeitando os limites da pista.
Já nas disputas pelo lado de fora, as exigências são ainda mais rigorosas: o piloto deve estar à frente no ápice da curva, mostrar controle total e concluir a manobra sem sair da pista. As mesmas diretrizes se aplicam em chicanes e sequências de curvas, priorizando o primeiro ponto de entrada como referência principal.
A FIA destaca que essas diretrizes servem como orientação técnica e não substituem o julgamento caso a caso feito pelos comissários, que seguirão analisando cada incidente de acordo com o regulamento esportivo. Entre os fatores adicionais considerados estão: a maneira como os carros se posicionaram antes da curva (como uma freada tardia ou movimento sob frenagem), a viabilidade real da tentativa de ultrapassagem, o nível de desgaste dos pneus, visibilidade e condições da pista.
Também serão levadas em conta características específicas da curva, como inclinação, presença de zebras e múltiplos traçados possíveis. Fatores como subviragem, sobreviragem e travamentos de freio também poderão influenciar na análise de incidentes.
George Russell, piloto da Mercedes e diretor da Associação dos Pilotos de Grande Prêmio (GPDA), aprovou a decisão da FIA. “Aumentar a transparência na forma como o esporte é governado é fundamental. Esse tipo de ação ajuda o público e a imprensa a compreenderem melhor as decisões tomadas durante as corridas”, comentou o britânico.