A segunda corrida do eP de Xangai da Fórmula E, marcada por atrasos e pista molhada, trouxe uma incógnita que intrigou paddock e público: o consumo de energia dos carros da Porsche. Quando a largada foi permitida Nick Cassidy liderava com 84% de carga e os outros carros da equipe alemã também tinham percentuais significativamente mais baixos: Pascal Wehrlein com 80% e António Félix da Costa com apenas 79%.
Até Dan Ticktum, com um trem de força Porsche em versão anterior, registrou os mesmos 79% de Da Costa. A diferença chamou atenção durante a transmissão e se tornou assunto nos bastidores da Fórmula E. Apesar do bom desempenho e da vitória dominante, Cassidy não deixou de comentar o fato com humor.
“Já falei para o António que cada engenheiro da Porsche deve ter uma teoria diferente sobre o que aconteceu”, brincou o piloto da Jaguar. “Agora está todo mundo olhando e pensando: ‘Que diabos foi isso?’”, completou, rindo.
A Porsche, por sua vez, evitou dar explicações públicas. Nem Wehrlein nem Da Costa se aprofundaram no tema. O alemão, que terminou a corrida em segundo, admitiu que simplesmente não tinha ritmo para desafiar Cassidy:
“Tentei de tudo. Em alguns momentos parecia que eu podia diminuir a distância, mas saí da pista. Eles estavam melhores, e percebi isso bem cedo”, declarou.
Com a vantagem expressiva de Oliver Rowland no campeonato — 68 pontos à frente do segundo colocado Wehrlein —, o foco da Porsche agora parece se voltar para os títulos de Equipes e Construtores. O próprio Wehrlein reconheceu que a briga pelo bicampeonato está praticamente perdida.
“Mesmo antes de Xangai, sabíamos que seria muito difícil. Sem pontuar no sábado, ficou ainda mais irreal. Agora o objetivo principal são os títulos coletivos”, concluiu.