A FIA anunciou a criação de um departamento dedicado ao treinamento e desenvolvimento de comissários para competições automobilísticas, buscando maior consistência e profissionalismo nas decisões. A iniciativa é uma resposta às crescentes críticas de equipes da Fórmula 1 sobre a falta de uniformidade nas decisões dos comissários e visa criar um sistema mais eficiente e confiável.
Uma nova gestão
O departamento, liderado pelo experiente comissário Matteo Perini, foi criado para formar a próxima geração de comissários, diretores de prova e outros oficiais. A ideia é reduzir a dependência de voluntários e criar um corpo profissional que possa dedicar tempo para analisar decisões pós corrida, implementar melhorias e garantir transparência em processos como pedidos de revisão.
Nikolas Tombazis, diretor de monopostos da FIA, destacou a importância dessa transformação: “Queremos um corpo mais profissional, capaz de revisar cada decisão após uma corrida, entender o que pode ser melhorado e criar diretrizes mais claras para o futuro.”
Respostas às críticas e desafios
Nas últimas temporadas, decisões polêmicas envolvendo incidentes na pista levantaram questionamentos sobre a consistência da arbitragem. Episódios como os embates de Lando Norris e Max Verstappen em 2024 aumentaram a pressão sobre a FIA para revisar sua abordagem. Além disso, mudanças recentes, como a substituição de Niels Wittich como diretor de prova antes do GP de Las Vegas, alimentaram tensões internas.
Apesar disso, análises da FIA e de algumas equipes, como a Aston Martin, indicam que as decisões são mais consistentes do que se imagina. No entanto, Tombazis reconheceu que há uma necessidade urgente de ampliar o número de oficiais treinados para garantir um fluxo contínuo de talentos.
Novas diretrizes e controvérsias
Paralelamente, a FIA endureceu as regras de conduta, atualizando seu código esportivo para penalizar infrações como palavrões e declarações políticas ou religiosas que violem os princípios de neutralidade. Multas de até 120 mil euros, deduções de pontos no campeonato e suspensões estão entre as possíveis sanções.
As mudanças geraram reações mistas. A associação de pilotos GPDA publicou uma carta aberta pedindo à FIA que trate os pilotos como adultos. No entanto, as novas diretrizes seguem como parte do esforço da entidade para reforçar a disciplina e a integridade no esporte.
Apesar das controversas, a FIA espera com essas medidas, não apenas melhorar a decisões dos comissários e oficiais na Fórmula 1, mas também criar um modelo mais transparente e eficiente que possa ser replicado em outras competições automobilísticas.