Bruno Baptista deixou o Autódromo Zilmar Beux, em Cascavel, com duras palavras para a organização da Stock Car. O piloto da RCM Motorsport abandonou a corrida principal deste domingo (25) após apenas nove voltas e não poupou críticas à condução da temporada 2025, especialmente aos problemas recorrentes dos novos carros da categoria.
Em entrevista à Band, Baptista revelou ter enfrentado falhas na turbina do carro e atribuiu os problemas à má gestão da categoria, que estreou neste ano os modelos SUV. Para o piloto, a falha não foi pontual, mas parte de uma sequência de erros estruturais desde o início da temporada.
“Tivemos um problema de turbina, completamente diferente do que ocorreu na classificação. É um absurdo o que está acontecendo aqui. Vários carros não conseguem nem largar. É revoltante. Com um orçamento de R$ 5,5 milhões, isso não podia estar acontecendo”, desabafou.
A temporada de 2025 da Stock Car já começou cercada de dificuldades. A etapa de abertura em Interlagos foi marcada por atrasos, ausência de peças de reposição e alterações no cronograma. Nos testes realizados antes da estreia, apenas quatro carros funcionaram corretamente — e dois deles apresentaram vazamentos. As falhas incluíam desde itens simples, como para-choques, até atualizações problemáticas de firmware que afetaram o sistema elétrico dos veículos.
Durante a prova em Cascavel, os problemas persistiram, e Baptista voltou a se posicionar com firmeza, responsabilizando diretamente a Vicar, organizadora do campeonato, e a Audace, responsável pelo desenvolvimento técnico dos novos carros.
“O carro está dando muito problema, e não é culpa da equipe. A responsabilidade é de quem colocou esses carros na pista. A conta vai para a Audace e a Stock Car. Tem muita gente com rabo preso que não fala, mas eu não vou ficar quieto. O que está acontecendo aqui é ridículo”, declarou ao Sportv.
As declarações de Baptista expõem uma crescente insatisfação nos bastidores do campeonato, que tenta se adaptar à nova era dos SUVs, mas enfrenta sérios desafios técnicos e operacionais. Enquanto a categoria busca estabilidade, os pilotos pedem mais transparência e soluções efetivas para os problemas recorrentes que ameaçam a competitividade e segurança da competição.
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