A temporada 2025 da Fórmula 1 começou com um Grande Prêmio da Austrália eletrizante, repleto de reviravoltas, decisões estratégicas questionáveis e um resultado que pode indicar uma nova dinâmica na luta pelo título. Lando Norris brilhou e garantiu a vitória para a McLaren, mas o que mais me chamou a atenção foram os desafios enfrentados pelos principais concorrentes e o desempenho dos estreantes, especialmente Gabriel Bortoleto.
Desde o início, a corrida foi um verdadeiro teste para os pilotos. A chuva intermitente criou um cenário caótico, exigindo precisão e frieza ao volante. Norris demonstrou ambas as qualidades, mantendo a liderança apesar das dificuldades, enquanto Max Verstappen tentava pressioná-lo sem sucesso. O holandês até cometeu um erro incomum ao passar reto na curva 11, evidenciando que nem mesmo os melhores estavam imunes às armadilhas do circuito de Albert Park.
A McLaren provou sua força, mas a Ferrari, por outro lado, frustrou suas próprias ambições. A estratégia da equipe italiana me pareceu equivocada em um momento crucial da corrida. Com a chegada da chuva no terço final da prova, insistiram demais nos pneus slicks quando já estava evidente que os intermediários seriam a escolha correta. O resultado foi inevitável: tanto Charles Leclerc quanto Lewis Hamilton perderam posições valiosas e comprometeram qualquer chance de um resultado mais expressivo. Não foi a primeira vez que vimos a Ferrari errar no momento decisivo, e se a equipe quiser lutar pelo título, precisará urgentemente melhorar sua capacidade de reagir às mudanças nas condições de pista.
Outro ponto de destaque foi a estreia de Gabriel Bortoleto na Fórmula 1. O brasileiro teve uma atuação segura e consistente na maior parte da corrida, demonstrando maturidade ao lidar com a pista traiçoeira e os desafios impostos por uma prova repleta de incidentes. Infelizmente, seu abandono após um acidente foi um revés, mas não apagou a boa impressão que deixou. Sua performance sugere que, com um pouco mais de experiência e sorte, pode se consolidar como um nome promissor no grid.

O restante da corrida foi marcado por surpresas e desempenhos sólidos de alguns pilotos que não estavam entre os favoritos. George Russell conquistou um pódio merecido para a Mercedes, seguido por seu jovem e talentoso companheiro, Kimi Antonelli, enquanto Alex Albon brilhou ao garantir um ótimo quinto lugar para a Williams. Lance Stroll e Nico Hülkenberg também surpreenderam, garantindo boas colocações para Aston Martin e Sauber, respectivamente.
No fim, Norris segurou a pressão de Verstappen e cruzou a linha de chegada em primeiro, garantindo uma vitória que pode ser um indicativo do que veremos ao longo do ano. A McLaren mostrou que pode desafiar a Red Bull, a Ferrari continua pecando em momentos-chave e os estreantes começaram a se firmar no grid. Se essa corrida foi um prenúncio da temporada, podemos esperar um campeonato imprevisível e emocionante.