Indy: Zak Brown critica gestão da categoria e admite possível saída da McLaren caso cenário não evolua

Zak Brown, CEO da McLaren, voltou a manifestar insatisfação com os rumos da Indy sob a gestão da Penske Entertainment. Em entrevista ao Indianapolis Star, o dirigente apontou que, embora a equipe mantenha uma operação saudável na categoria, a permanência no campeonato não está garantida se a série não evoluir comercialmente.

Apesar da recente aquisição da antiga sede da Andretti Autosport, que triplica o espaço de operações da equipe, Brown alerta: “Se o esporte não fizer as coisas certas, não vamos a lugar nenhum”. Segundo ele, o conselho e os acionistas da McLaren questionam frequentemente a estratégia e o modelo de negócios da Indy, exigindo resultados e visão de crescimento.

O principal alvo das críticas do CEO da McLaren é o foco excessivo nas medidas de contenção de custos. Para Brown, é preciso inverter a lógica atual e pensar em expansão, audiência e retorno comercial. “Estamos sempre falando sobre cortar gastos, quando deveríamos estar falando 70% do tempo sobre como crescer”, afirmou.

Brown ilustrou sua frustração com discussões que considerou supérfluas, como o custo dos crachás e o reaproveitamento de engrenagens de câmbio. “Não é sobre economizar em pequenos detalhes, é sobre criar um produto atrativo e sustentável. Prefiro pagar mais se isso significar mais público, melhores eventos e maior valor comercial”, disparou.

A comparação com o Mundial de Endurance (WEC), onde a McLaren estuda atuação, também foi utilizada como alerta. Brown explicou que a montadora só considerou a entrada no WEC quando os custos se tornassem viáveis e o nível competitivo estivesse adequado. O mesmo raciocínio, segundo ele, se aplica à Indy: caso haja queda na qualidade das corridas ou perda de acordos de transmissão, a equipe poderá rever sua participação.

Apesar do tom crítico, Zak Brown destacou que ainda acredita no potencial da Indy e continuará trabalhando para impulsionar a categoria. “Estou com uma mentalidade ofensiva, quero que o campeonato cresça. Mas, se não for possível, precisamos estar preparados para tomar decisões difíceis”, concluiu.