Max Verstappen voltou a colocar o foco da crise da Red Bull na F1 no verdadeiro problema: o desempenho insatisfatório do carro RB21. Em meio à polêmica da troca de pilotos, com Liam Lawson sendo rebaixado para a Racing Bulls e Yuki Tsunoda assumindo sua vaga na equipe principal a partir do GP do Japão, o tetracampeão mundial afirmou que a prioridade deveria ser resolver as deficiências técnicas do carro, não mudar nomes no cockpit.
Lawson teve apenas duas oportunidades em 2025 antes de ser substituído — uma decisão que causou críticas dentro e fora do paddock. O ex-piloto Giedo van der Garde, por exemplo, chegou a comparar a atitude da Red Bull a “bullying”, em uma publicação no Instagram que recebeu um “like” de Verstappen. O holandês confirmou que o gesto foi intencional: “Curti a postagem, então acho que isso fala por si só. Não foi um erro.”
Apesar de não querer se aprofundar publicamente sobre a decisão da equipe, Verstappen afirmou já ter compartilhado suas impressões com os engenheiros e dirigentes na fábrica de Milton Keynes, indicando insatisfação com o momento técnico da equipe.
“Nosso maior desafio agora é o carro. Ele não está no nível que queremos e isso afeta tudo, inclusive o desempenho do segundo piloto. Quando o carro é mais fácil de guiar, os resultados naturalmente aparecem”, avaliou o piloto.
Verstappen também ressaltou que o RB21 apresenta instabilidade em diferentes fases das curvas e que o problema é multifatorial. “É um carro nervoso, instável, e isso muda de acordo com o tipo de pista, o asfalto, os pneus. São várias variáveis. Alguns problemas são mais fáceis de resolver, outros demandam mais tempo”, explicou.
O holandês ainda lamentou as dificuldades de adaptação enfrentadas por Lawson, especialmente por ter estreado em circuitos pouco familiares aos novatos. Segundo Verstappen, “isso só torna tudo mais difícil para um piloto jovem”.
No campeonato, Verstappen está na vice-liderança, atrás de Lando Norris, da McLaren, que ele considera “confortavelmente à frente” na disputa pelo título. “Estamos tentando extrair o máximo do nosso carro, mas mesmo com tudo otimizado, pode não ser suficiente para alcançar a McLaren neste momento”, admitiu.
A Red Bull agora volta suas atenções para o GP do Japão, em Suzuka, buscando reverter o início turbulento de temporada — tanto dentro quanto fora das pistas.