O crescimento da Fórmula 1 nos Estados Unidos, impulsionado por provas em Miami, Austin e Las Vegas, pode enfrentar turbulências. O novo “tarifaço” promovido por Donald Trump, em seu segundo mandato como presidente dos EUA, já acende sinais de alerta entre equipes e patrocinadores da categoria.
Desde a posse de Trump no final de janeiro, o paddock da F1 passou a monitorar atentamente os desdobramentos econômicos americanos. A principal preocupação gira em torno das novas restrições comerciais, que podem afetar diretamente o sucesso da categoria no território norte-americano.
A primeira grande afetada é a Haas, única equipe americana do grid. A Haas Automation, empresa que mantém a equipe de F1, emitiu um comunicado revelando um “impacto significativo” causado pelas tarifas impostas por Trump. “Estamos analisando o impacto total das tarifas em nossas operações. Já observamos uma queda considerável na demanda por nossas máquinas-ferramentas, tanto de clientes domésticos quanto internacionais”, declarou a empresa.
Como consequência, a Haas Automation reduziu a produção, cortou horas extras e congelou novas contratações em sua fábrica de Oxnard, Califórnia, onde emprega 1.700 pessoas. Apesar disso, a equipe de F1 afirmou que, até o momento, suas operações seguem inalteradas.
Entretanto, o alerta se estende a outras escuderias com fortes vínculos com empresas americanas. A Racing Bulls, patrocinada por Visa e Cash App, afirmou que ainda não espera grandes impactos. “Estamos atentos, mas, por ora, não prevemos problemas”, disse Peter Bayer, CEO da equipe.
Já a Ferrari, que tem a HP como patrocinadora principal desde o ano passado, demonstra maior cautela. Frédéric Vasseur, chefe da equipe, afirmou que as novas tarifas e restrições podem afetar não apenas acordos publicitários, mas também o fornecimento de materiais. “Compramos muita matéria-prima da China e temos muitos fornecedores nos EUA. Estamos nos antecipando para minimizar os impactos, mas sabemos que o cenário pode se complicar”, explicou.
Outro ponto de tensão envolve a liberdade de circulação. Para a etapa de Miami, autoridades americanas exigiram que todos os membros da Fórmula 1 fornecessem dados pessoais detalhados, uma mudança em relação à exigência anterior, que bastava o visto de trabalho.
Com três etapas no calendário e uma base comercial sólida nos Estados Unidos, a Fórmula 1 observa com preocupação os desdobramentos do tarifaço de Trump. A categoria precisará agir com agilidade para proteger seus interesses e manter sua expansão no mercado norte-americano.