Sabe quando você já espera que algo vá dar errado, mas mesmo assim fica surpreso com a forma como tudo se desenrola? Foi exatamente isso que senti assistindo ao GP da Bélgica deste domingo. A Fórmula 1 voltou a Spa-Francorchamps com a já tradicional dose de incerteza climática, longas esperas, decisões discutíveis e, claro, uma corrida meio sonolenta – o que tem comum por lá. E quem soube aproveitar tudo isso foi Oscar Piastri, o vencedor do dia.
A vitória de Piastri não foi um acaso. Foi fruto de leitura perfeita da largada em movimento, oportunismo e, acima de tudo, maturidade. Enquanto Lando Norris dormia no ponto — mais uma vez na temporada — o australiano de poucas palavras mostrou que está se tornando um piloto de muitas ações. A ultrapassagem na Kemmel foi limpa, ousada e certeira. Ali, a corrida foi decidida, ainda que Norris tenha tentado bancar o estrategista com pneus duros e se atrapalhado na execução.
Se a McLaren foi protagonista pelo desempenho, a Ferrari apareceu por resistir. Charles Leclerc, combativo e preciso, segurou Verstappen na marra nas voltas iniciais. E não foi só habilidade, foi leitura de corrida. Aproveitou o acerto de reta, leu bem os espaços e deixou o neerlandês visivelmente irritado. Hamilton também brilhou. A exclusão no Q1 e a largada dos boxes já pintavam um cenário pessimista, mas o heptacampeão respondeu muito bem: ultrapassagens certeiras no molhado e visão estratégica ao ser um dos primeiros a calçar os slicks. Terminou em sétimo — poderia ter tido melhor sorte se não tivesse que poupar combustível.
Falando em brilhar, preciso destacar Gabriel Bortoleto. O brasileiro vem tendo atuações consistentes e crescentes. Largou em décimo e lá ficou, mesmo com o tráfego, a pista traiçoeira e o caos das paradas. Não cometeu erros, cuidou dos pneus e ainda soube negociar bem com a equipe para passar Hülkenberg.
Agora, vamos falar do elefante na sala: o caos da chuva. Ou melhor, o caos da indecisão da FIA. A largada atrasada em mais de uma hora por conta de uma pista “insegura”, quando claramente vários trechos já estavam viáveis, é o retrato de uma Fórmula 1 que ainda se perde nos próprios protocolos. É justo se preocupar com a segurança, claro. Mas será que o problema está mesmo nas condições ou na incapacidade da categoria de oferecer pneus de chuva realmente funcionais? Fica o questionamento.
No fim, o GP da Bélgica foi tudo aquilo que a gente já espera dele: paisagem estonteante, clima instável e atrasos…
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