O GP da Arábia Saudita de 2025, disputado nas ruas de Jeddah, foi mais uma prova de que a Fórmula 1 vive uma temporada bem imprevisível. A corrida teve de tudo: largada polêmica, punição para o líder, ultrapassagens, disputas emocionantes e, no fim, um novo líder no campeonato. E não foi qualquer um — Oscar Piastri venceu e assumiu a ponta da tabela com uma performance fria, cirúrgica e extremamente eficiente.
Piastri: frieza de campeão
Se alguém ainda tinha dúvidas sobre o talento e a maturidade de Piastri, o que ele fez em Jeddah foi mais um argumento sólido de que ele não está só aproveitando uma boa fase da McLaren — está construindo algo maior. A maneira como controlou a corrida, lidou com o ritmo, com a pressão e até mesmo com o fator Verstappen, foi coisa de gente grande.
Na minha opinião, ele tem mostrado mais frieza e consistência que Norris, seu companheiro de equipe. Lando é muito bom, sim, mas em momentos decisivos ainda parece deixar a emoção tomar o lugar da razão. Se Piastri continuar nesse ritmo, vai dar trabalho para qualquer um — inclusive dentro da própria garagem da McLaren.
Verstappen: tirando leite de pedra
E sobre Max Verstappen… o que dizer? O cara está tirando leite de pedra da Red Bull. A equipe claramente não tem mais o melhor carro do grid, mas ele segue ali, presente, brigando por vitórias e minimizando os prejuízos, mesmo com punições como a que sofreu em Jeddah.
Max mostrou novamente que é o grande piloto da atualidade. Sua competência, leitura de corrida e capacidade de manter-se competitivo em qualquer cenário têm deixado até os mais céticos sem argumentos. Quem ainda duvidava do talento dele… bom, talvez seja hora de admitir que estamos vendo um dos maiores em ação.
Leclerc: o piloto do dia
Agora, se eu tivesse que escolher o piloto do dia, esse seria Charles Leclerc. Que corrida fez o monegasco! Entendeu perfeitamente o que o carro tinha a oferecer, soube poupar pneus, atacou quando necessário e ainda conquistou um pódio merecidíssimo. A Ferrari pode até não estar na briga direta pelo título neste momento, mas Leclerc mostrou por que continua sendo um dos nomes mais fortes e técnicos do grid. Para mim, uma performance digna de aplausos.
Hamilton x Norris: experiência e talento em duelo
Outro ponto alto foi a disputa entre Hamilton e Norris. Que espetáculo!
Lewis, mesmo não tendo o carro nas mãos — e ele mesmo já admitiu isso —, mostrou que sua experiência ainda conta muito. Lançou mão de todas as cartas que um heptacampeão tem à disposição, fez belas defesas e protagonizou alguns dos melhores momentos da corrida.
Dá pra ver que ele não se sente confortável com o equipamento, mas assumiu a responsabilidade e segue tentando. Acredito sim em uma recuperação ao longo do ano, mas, realisticamente, isso só deve acontecer mais pra frente na temporada.
Menção honrosa: Williams em alta
Uma menção honrosa precisa ser feita à Williams, que colocou dois carros na zona de pontuação. Uma façanha e tanto, considerando as últimas temporadas da equipe. E destaque para Carlos Sainz, que finalmente parece estar adaptado ao carro. Se mantiver esse ritmo, pode surpreender bastante ainda em 2025.
Bortoleto: aprendizado em construção
E sobre o nosso representante, Gabriel Bortoleto, a corrida foi… discreta, para dizer o mínimo. Terminou em 17º, depois de uma manobra atrapalhada que quase tirou o Alonso da corrida. Foi feio, e ele sabe disso.
Como venho dizendo, o campeonato de Bortoleto é contra ele mesmo. Ele precisa acumular experiência, terminar corridas, manter o carro inteiro e, quem sabe, começar a incomodar o companheiro de equipe. Se conseguir isso, o ano já pode ser considerado um sucesso. Se vierem pontos, será lucro.
Rumo a Miami
Agora, seguimos para Miami, a próxima parada da temporada. Será interessante ver como Norris vai reagir, especialmente agora que está atrás de Piastri na tabela.
O campeonato está longe de estar decidido, mas Piastri tem sido, até aqui, a grata surpresa da temporada. Se continuar guiando com essa maturidade, será um fortíssimo candidato ao título.