A Fórmula E se prepara para a estreia do Pit Boost no eP de Jedá, nos dias 14 e 15 de fevereiro, mas a novidade já causa polêmica entre os pilotos. Jean-Éric Vergne, bicampeão da categoria, demonstrou preocupação com o fato de que a introdução dos pit stops pode tornar a sorte um fator decisivo nas corridas.
A nova regra permitirá que os pilotos façam uma parada nos boxes para recarregar 10% da bateria a 600 kW, processo que levará aproximadamente 30 segundos. No entanto, Vergne teme que o timing do safety car possa afetar o resultado das provas, prejudicando aqueles que param no momento errado e beneficiando os que recebem uma “parada grátis” devido a uma bandeira amarela.
“O desconhecido será um grande fator. Sabemos que muitas coisas vão acontecer quando a janela de pit-stops abrir. Quem parar antes tentará ganhar posições, enquanto os que ficarem na pista tentarão evitar serem ultrapassados”, analisou Vergne.
O piloto da DS Penske também ressaltou que, em alguns circuitos, os pit stops podem ser longos o suficiente para colocar os pilotos uma volta atrás, o que pode causar um grande impacto estratégico caso o safety car entre na pista.
“Espero que a FIA e a Fórmula E consigam reduzir o tempo de parada, para que a corrida continue justa. Se o líder sair dos boxes uma volta atrás e houver um safety car, tudo pode mudar drasticamente”, alertou.
Impacto do safety car e da sorte preocupa Vergne
Vergne enfatizou que o fator sorte pode se tornar determinante na Fórmula E, algo que ele considera problemático para a competitividade da categoria.
“A sorte está se tornando um fator grande demais. O safety car terá um impacto ainda maior durante os pit-stops. Imagine que um piloto pare por último e, nesse momento, haja um safety car. Ele ganha uma parada grátis e sai 30 segundos à frente de todo mundo”, disse o francês.
Além do Pit Boost, Vergne também criticou o novo Attack Mode introduzido com o Gen3 Evo, que agora conta com tração integral e proporciona um impulso ainda maior quando ativado. Para o francês, a sorte também tem desempenhado um papel excessivo na ativação do modo.
“Isso aconteceu comigo duas vezes, em São Paulo e no México. Ativei o Attack Mode e, logo depois, houve uma bandeira amarela. Meu plano de usar os 6 minutos de potência extra foi completamente arruinado”, explicou.
Vergne destaca que esse fator aleatório pode custar caro aos pilotos que buscam maximizar cada detalhe da corrida.
“Trabalhamos perseguindo os últimos milésimos de segundo, tentando extrair o máximo de desempenho, e ter a sorte como fator tão grande é frustrante, especialmente quando estamos do lado errado dela. Acho que existem soluções para esse problema, mas vamos ver quando serão implementadas”, concluiu.
Próxima etapa da Fórmula E: eP de Jedá
A Fórmula E retorna nos dias 14 e 15 de fevereiro com a primeira rodada dupla da temporada, no circuito de rua de Jedá, na Arábia Saudita, substituindo a antiga pista de Diriyah.
A expectativa é que o Pit Boost e o Attack Mode continuem sendo temas de debate, especialmente entre os pilotos que se sentirem prejudicados pelas novas regras da categoria elétrica.